Estou muito longe da perfeição, mas sou aquele tipo de profissional que está sempre querendo fazer melhor, crescer, aprender mais, e com a depilação não foi diferente.
Apenas para gerar uma idéia cronológia, dentro dessa área de estética, a depilação foi o último curso que fiz (ano passado, 2014). Primeiro, coisa de dez anos atrás, fiz o curso de maquiagem, em Portugal, depois lá também fiz o de quiromassagem, e já aqui, no Brasil, fiz o de design de sobrancelhas e por último o de depilação.
Mas o mais interessante de tudo é que, quando fiz o curso de depilação, eu nunca tinha feito a minha própria depilação com cera, quer dizer, buço eu já tinha feito sim, mas nunca tinha feito axilas, pernas, virilhas ainda muito menos. Aí eu fiquei pensando: e agora, como vou fazer a depilação numa cliente, como vou defender o meu trabalho, se afinal eu mesma nunca passei por isso e portanto não sei o que ela está passando?
Tenho 35 anos e, pernas, eu não depilava desde os 18. Não, não era nada assustador, muito pelo contrário, os meus pêlos da perna eram muito finos, por isso mesmo que eu não queria depilar, eu não depilava com a gilete porque tinha medo que engrossassem (li que não existe nenhuma comprovação científica que prove que passar a gilete engrossa os fios, mas sei lá, na prática me parece que sim, pelo menos comigo e com as pessoas que conheço), e não procurava uma depiladora para depilar com cera porque… ah, porque não estavam me incomodando, eram muito finos e nem dava pra perceber.
Axilas e virilhas, entretanto, eu depilava com a gilete, e sim, o pêlo era mais grosso. Depilava com gilete porque era prático, rápido, e também porque não sabia a maravilha que era a depilação com cera.
Buço não, eu nunca arrisquei a depilar com gilete, porque ficava com receio de ter aquela marca cinza de barba, igual homem. Mas tirando o buço, desconhecia a sensação da cera em qualquer outra parte do corpo.
Então, como eu estava contando, quando tirei o curso de depilação, eu não fazia a mínima idéia de como era isso, porque não tinha essa experiência que muitas mulheres têm de frequentarem salões de depilação. E eu sabia que isto era imprescindível, porque eu não teria como defender o meu trabalho se não pudesse falar na primeira pessoa, se não tivesse tido uma experiência própria.
O curso foi muito bom, excelente. A professora era uma pessoa muito atualizada sobre tudo aquilo que havia de mais moderno na depilação, e eu quis absorver ao máximo todas as informações. Só que eu sentia que não podia sair do curso por aí já fazendo depilação, me faltava mais prática até poder me sentir segura. Então minha mãe, que também é depiladora (nota: não moramos na mesma cidade, e, como contei, eu era adepta da gilete, por isso eu nunca tinha feito depilação antes, a não ser o buço, que aliás era ela quem me fazia), me deu essa prática que eu precisava, me deu todas as dicas e me acompanhou em depilações, fazendo junto comigo, me orientando. Meu próximo passo foi ler, ler bastante sobre o assunto, e o último passo, não menos importante, foi usar eu mesma de cobaia, fazendo em mim mesma a depilação, para poder ter mais prática e saber o que o outro ia sentir.
Dizem que dói mais quando a gente faz a própria depilação, e doeu, doeu bastante. Axilas nem tanto, mas virilhas… ai meu Deus. Era a minha primeira depilação com cera quente na virilha, e doeu, doeu tanto que deu vontade de desistir, de cortar a cera que ficou grudada no pêlo, ao invés de arrancar. Mas essa dor toda teve um bom motivo, ela me ajudou a compreender melhor o que a cliente iria sentir, me ajudou a ver qual seria o meu erro, como poderia acertar, etc. Pra começar, era a minha primeira depilação com cera quente, aos 35 anos de idade, depois de mais de 20 anos depilando com gilete, natural que o pêlo estivesse mais grosso, e que doesse. Depois, é uma zona muito desconfortável para fazer a depilação sozinha, aliás, toda a depilação é desconfortável a gente fazer sozinha, porque não estamos vendo com tanta precisão qual está sendo a direção do pêlo, e fora isso temos que nos virar meio que do avesso para tirar pêlos de certas zonas, rs.
Estou sendo sincera, doeu muito, mas garanto uma coisa: a cada depilação que fazia, a dor se tornou cada vez menor, bem menor mesmo, tanto que agora quase já não sinto dor. É como aquela frase que diz que a prática leva à perfeição… Porque com o tempo eu fui percebendo qual o tamanho certo do fio para ser arrancado, como deveria segurar, como deveria puxar de modo que tivesse menos dor, qual a temperatura ideal da cera, etc.
Hoje posso dizer com toda segurança: minha depilação é maravilhosa, não dói quase nada, as pessoas que atendo me dizem o mesmo, dizem que tenho a mão muito leve e que é excelente fazer a depilação comigo. Porque é assim, a gente tem que estar sempre se aperfeiçoando, sempre aprendendo mais. Só trabalho com materiais de alta qualidade, materiais que gosto, que experimentei, que aprovo, que escolhi porque são os melhores que já usei, mas se amanhã encontro outro material que ainda seja melhor que este, claro que vou mudar, acho que a pele da gente merece sempre o melhor.
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